segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PMA abre 1ª Semana de Intensificação do Combate à Hanseníase

A Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) abriu na manhã de hoje, segunda-feira, a 1ª Semana de Intensificação do Combate à Hanseníase. O secretário municipal de Saúde, Marcos Ramos, participou do evento, que marcou o início das atividades na Unidade de Saúde da Família (USF) Oswaldo Leite, no bairro Santa Maria. Com o tema 'Hanseníase, desmanche a mancha do preconceito', a semana segue até o dia 30, quando se comemora o Dia Nacional de Combate a Hanseníase.

Durante o evento, Marcos Ramos elogiou a iniciativa das equipes da USF, que planejaram as atividades. "Eu me sinto feliz em ver a participação da comunidade num evento como esse. A campanha será proveitosa e tenho certeza que em breve erradicaremos a hanseníase no Brasil", afirmou. "As 43 USFs da cidade estarão com ações para ajudar na eliminação da doença, combater o preconceito e divulgar que a doença tem tratamento adequado", disse o secretário.

A gerente da USF Osvaldo Leite, Betânia Andrade, destacou que a informação e a dedicação dos agentes de saúde são grandes armas para erradicar a doença na comunidade. "É um trabalho essencial o dos agentes e a USF incentiva essa força que eles levam para as pessoas", comentou. Já coordenadora do Programa Tuberculose e Hanseníase de Aracaju, Vitória Fabrízia Dias, lembrou que a importância de combater o preconeito e primar pelo tratamento. "Sem a atenção adequada o paciente pode ter seqüelas e deformidades, por isso deve-se reforçar o acolhimento e o tratamento contínuo", destacou.

A usuária do Serviço Único de Saúde (SUS) em Aracaju Evandete Gomes dos Santos, 45 anos, residente no bairro Santa Maria, participou do lançamento da Semana de Intensificação do Combate à Hanseníase. Totalmente curada da doença, ela diz que vai participar ativamente das atividades desenvolvidas pela Unidade de Saúde Oswaldo Leite. Ela descobriu que tinha hanseníase em 1988, e em um ano de tratamento ficou totalmente curada.Desde o dia que soube da cura, ela ajuda a outras pessoas a enfrentarem o preconceito. "Fico feliz com essa mobilização. Sei que a hanseníase tem cura, é só procurar tratamento, afirma.

Diagnóstico e tratamentoA prevenção, o diagnóstico e o tratamento à Hanseníase são estratégias do SUS de Aracaju que objetivam a erradicação da doença. Essas ações são desenvolvidas pelo Programa de Eliminação de Hanseníase implantadas nas 43 USFs e no Centro de Especialidades Médicas Cemar) do conjunto Augusto Franco. O Cemar é a referência do programa com especialista em dermatologia. "Pacientes que resistem a certas medicações são levados à unidade, como também ao Serfismo (Serviço de Referência Físico e Motora) do SUS Municipal, quando os nervos da musculatura estão acometidos pela doença. Das ações de educação em saúde também são realizados a prevenção de incapacidade e diagnóstico precoce de perdas visuais quando o nervo óptico está afetado. No município de Aracaju, no ano de 2008, 183 casos de hanseníase foram detectados dos quais 156 tiveram cura total, tendo um óbito e 06 casos que abandonaram o tratamento. "O abandono muitas vezes é devido aos efeitos adversos que a medicação provoca, que são chamados de reações hansênicas", diz o enfermeiro do PSF da USF Oswaldo Leite, Jackson Desidério e Silva, um dos colaboradores da campanha.

Fases para a cura

No diagnóstico e tratamento, o usuário do SUS com suspeita de hanseníase passa por três etapas: o primeiro passo é realizar os exames clínicos que analisam se as manchas tem ou não sensibilidade. Com os exames de sensibilidade dolorosa, térmica e tátil, já se pode verificar grande parte do diagnóstico , para uma maior comprovação, o usuário vai para a segunda etapa, que é a baciloscopia da linfa, que colhe uma amostra da linfa do lóbulo da orelha e do cotovelo. A terceira etapa é a biópsia de pele. Após o diagnóstico, todo o tratamento é feito na USF e os medicamentos são fornecidos gratuitamente.

Doença e preconceito

A hanseníase, mais conhecida por 'lepra', é uma doença infecciosa, de evolução crônica (muito longa), causada pelo Mycobacterium leprae, microorganismo que acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. A doença tem um passado de discriminação e isolamento dos doentes. Nos dias de hoje, com os avanços da medicina, a doença pode ser tratada e curada. No SUS de Aracaju, as pessoas com hanseníase devem procurar a Unidade de Saúde mais próxima.

A maioria da população adulta é resistente à hanseníase, mas as crianças são mais susceptíveis, geralmente adquirindo a doença quando há um paciente contaminado na família. No entanto é necessário um contato íntimo e prolongado para a contaminação, como a convivência de familiares na mesma residência. Daí a importância da realização dos exames não apenas do doente, mas também dos familiares que convivem com este.

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