Após a paralisação das obras de infraestrutura na Getimana por conta da instabilidade do solo, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Empresa Municipal de Obras e Urbanização (Emurb), concluiu o estudo técnico para reinício dos serviços na área, localizada no bairro Cidade Nova, zona norte da capital. A iniciativa busca apresentar uma solução para o quadro de mobilidade geológica que os engenheiros da empresa detectaram na rua B, uma das vias beneficiadas pelo projeto de melhoria da infraestrutura do local.
O relatório técnico constatou a presença de elevado nível de água subterrânea, fenômeno que estaria provocando a mobilidade do terreno. Três fatores contribuíram para a formação do quadro: o escoamento das águas pluviais superficiais, o volume de água produzido pela utilização doméstica e a mudança da declividade natural da encosta pelas escavações irregulares. O relatório ainda apontou que as 'águas servidas' produzidas pelos moradores da área são um dos principais fatores de comprometimento da estabilidade do solo.
"As águas servidas são os resíduos líquidos produzidos após a utilização doméstica como, por exemplo, os produzidos pelas lavanderias e pias. Essas águas são lançadas indevidamente no próprio solo, agravando o quadro", explica o engenheiro civil de infraestrutura José Marcos de Macedo Santos, consultor técnico e responsável pelo relatório.
Solução
Para dar andamento às obras de infraestrutura, a empresa vai implantar drenos com cerca de 4 metros de profundidade e drenos sub-horizontais com 30 metros de comprimento para captar e direcionar as águas para outro local. Essas ações têm prazo de execução de cerca de 60 dias.
"Após a conclusão dessa etapa, será necessário um período de monitoramento das condições geológicas do terreno, que deve ocorrer no período chuvoso. Somente depois do parecer técnico confirmando a estabilidade do solo é que a Emurb estará apta a iniciar a pavimentação da rua B", explica o consultor técnico.
De acordo com o presidente da Emurb, engenheiro Paulo Costa, o sistema de drenos irá recolher as águas produzidas pelo uso doméstico e direcioná-las para o sistema de drenagem pluvial que já está implantado nas ruas situadas abaixo do talude. "Em cerca de 60 dias ou menos estaremos com a primeira etapa concluída. Depois da avaliação definitiva, que só será possível após o término do monitoramento, vamos iniciar a pavimentação da rua", destaca o engenheiro.
Acesso
A fim de possibilitar o acesso, a Emurb vai realizar a terraplenagem da área já nas próximas semanas. O objetivo é garantir a trafegabilidade da via enquanto as obras de infraestrutura não forem concluídas. O serviço será executado em conjunto com a implantação dos drenos profundos e sub-horizontais.
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