quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

SAÚDE - Hospital do Câncer de SE terá principais centros do país como referência

As equipes da Diretoria de Atenção Hospitalar e da Gerência de Projetos em Arquitetura Hospitalar, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), seguem empenhadas em dar forma ao projeto de implantação do Instituto Hospital do Câncer de Sergipe, que está previsto para ser licitado em janeiro de 2010.

A unidade, que será a primeira do estado a funcionar através das Parcerias Público- Privadas (PPPs), terá como referência os principais Centros de Oncologia do país: os hospitais Sírio Libanês, na capital paulista, e Amaral Carvalho, em Jaú (SP). Recentemente, técnicos da SES conheceram de perto a realidade de ambos.

“No Sírio Libanês, conhecemos a tecnologia do privado para adaptar a realidade do público, e no Amaral Carvalho, que tem mais de 35 anos de funcionamento, visualizamos o fluxo de pacientes tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS)", relatou o diretor de Atenção Hospitalar da SES, Márcio Barretto, acrescentando que, com essas bases técnicas, será possível montar em Sergipe um centro de referência do câncer para o Norte e Nordeste.

Projeto hospitalar

Segundo Márcio Barretto, o hospital de Jaú, referência para o Ministério da Saúde, possui 280 leitos para atender os casos de câncer entre uma população de 12 milhões. Em Sergipe, que tem quase 2 milhões de habitantes, a previsão do Instituto Nacional do Câncer para 2010 é que 3.610 habitantes possuam algum tipo de neoplasia (câncer).

O Instituto, conforme o projeto, terá uma média de 120 leitos. “Na hora de dimensionar o hospital, levamos em conta que o paciente permanece na unidade somente se estiver bastante debilitado ou em recuperação de uma cirurgia, mas no caso de uma quimioterapia ou radioterapia, ele passa pelos procedimentos necessários e volta para casa”, explicou o diretor.

Quanto aos equipamentos hospitalares, ainda será feito um estudo detalhado da quantidade necessária para oferecer um atendimento de qualidade. "No caso dos aceleradores lineares utilizados para o procedimento de radioterapia, por exemplo, é preciso considerar que o setor privado não possui esse tipo de equipamento e que, portanto, é o setor público que tem absorver todos os pacientes".

Projeto arquitetônico


O projeto do Instituto Hospital do Câncer de Sergipe já está esboçado pelos arquitetos da SES, mas ainda haverá reuniões com o grupo de trabalho da Oncologia para ser discutido e depois finalizado para licitação. Além de seguir as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a iniciativa terá alguns diferenciais.
"Haverá um grande hall, onde ficarão as recepções, o local de coleta de sangue para exames, lanchonete e salas para as pessoas que trabalham em organizações não governamentais (ONGs) do câncer", informou Jarbas Dutra Garcia, gerente de Projetos em Arquitetura Hospitalar da SES.

Segundo o arquiteto, com a concentração da maioria dos serviços nesse hall, será possível evitar o fluxo de pessoas dentro do hospital. "Assim, entrarão somente os pacientes que irão fazer procedimentos eletivos, como consultas, exames, quimio e radioterapia”, explicou Jarbas Dutra.

Quanto à humanização dos ambientes, Jarbas enfatizou a necessidade da unidade oncológica ter um diferencial das demais. “O ambiente que trata do câncer tem que trazer mais vida, no sentido de aliviar o sofrimento das pessoas em tratamento. Vamos trabalhar um ambiente sem monotonia, com amplos espaços voltados para a vegetação e, para as crianças, espaços lúdicos”, disse o arquiteto.

O arquiteto ainda destacou a questão das casas de apoio para os pacientes que residem distantes do local de tratamento ou para as famílias de usuários internados. “Essas casas são mais de responsabilidade das ONGs, mas temos que pensar em um lugar em que elas sintam em casa, podendo, inclusive, fazer modificações no ambiente, como colocar um quadro na parede”, finalizou o gerente de Projetos em Arquitetura Hospitalar da SES.

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