terça-feira, 6 de outubro de 2009

Quem paga a conta com a greve dos bancários?

Os bancários entraram no 13º dia de uma paralisação justa, mas que torna-se injusta para a população que precisa de uma rede bancária, que já não é lá essas coisas, funcionando plenamente para o desenrolar de suas transações. Diariamente, a população procura a rede bancária para efetuar pagamentos e recebe uma ducha de água fria.

A paralisação é justa, mas injusta para os cidadãos que não têm a menor culpa pelos baixos salários e a elevada carga horária que os bancários enfrentam por causa da redução do corpo funcional de algumas instituições financeiras. No final das contas, a conta é paga pela população que precisa pagar suas contas na data marcada.

O não pagamento das contas em dia ocasiona juros e multas, mas quem não consegue pagar dentro do prazo, o que deve fazer? Quem vai pagar os juros e as multas, já que as agências não estão atendendo a população? Seria o caso de procurar seus direitos através da justiça? Com a palavra os órgãos de defesa do consumidor.

Este jornalista enfrentou um verdadeiro martírio para efetuar um pagamento no Banese. Ontem, à tarde, estive em três agências da instituição e recebi sempre a mesma resposta: “não estamos atendendo por causa da greve”. Este era o recado que os vigilantes davam na porta das agências.

A primeira agência visitada foi a do bairro Jardins. Lá nenhum vigilante na porta, apenas tudo fechado e com as luzes apagadas. A segunda visita foi na avenida Rio de Janeiro, nas proximidades do antigo Mistão. Lá o vigilante afirmou que a agência só estava atendendo para realizar desbloqueio de cartão e solicitação de senhas, mas uma pergunta ele não soube responder. Se a agência estava aberta para este fim, por que não poderia realizar o pagamento? Será que era porque o sistema para pagamentos também entrou em grave, ou era porque os funcionários não queriam atender a população?

A outra agência visitada foi nas proximidades da Central de Abastecimento de Sergipe (Ceasa). Mais uma vez fui abordado pela segurança e informado de que não atendiam a população. Então me dirigi até a agência do Siqueira Campos e, depois de mais de uma hora de peregrinação, pude entrar na agência. Mas o que observei foi uma total falta de respeito com o ser humano.

Uma multidão se aglomerava nas dependências do banco. Crianças, idosos e deficientes estavam amontoados em um local pequeno e que não proporcionava nenhum tipo de conforto para os usuários do serviço. Para se ter uma idéia na quantidade de pessoas que aguardavam o chamado do atendimento, a senha entregue na entrada no banco estava em 635, enquanto o painel começava a chamar, lentamente, o número 225, ou seja, 410 pessoas na minha frente. Acabei perdendo uma tarde inteira de trabalho, para que não pagasse multas e juros, diga-se de passagem, que são abusivos, já que a operadora do cartão de crédito não iria querer saber sobre a greve dos bancários. Mais uma vez eu pergunto: De quem é culpa, será que é minha?

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