segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

SAÚDE - Moradores do Alto Sertão acompanham revolução da saúde no território

As obras da Saúde que o Governo de Sergipe realiza em todo o Estado, descentralizando o acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), vão garantir mais dignidade à população usuária. Isso porque as unidades que estão sendo construídas, reformadas, ampliadas ou adequadas permitem que o atendimento ocorra de forma mais humanizada e com mais conforto.

Essa mudança é algo já vislumbrado em boa parte do território sergipano. É o caso de Poço Redondo, município do Alto Sertão, distante cerca de 180 quilômetros da capital. Lá, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) está investindo quase R$ 3,5 milhões na implantação de um novo hospital local e de uma Clínica de Saúde da Família (CSF), como parte do Projeto de Reforma Sanitária e Gerencial do SUS, denominado ‘Saúde Toda Vida’.

No final da tarde da última sexta-feira, 8, acompanhado do prefeito Enoque Salvador de Melo e do presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de Sergipe (Consems/SE), Murilo Porto, o secretário de Estado da Saúde, Rogério Carvalho, vacinou as obras das duas unidades. Somente na implantação do hospital local, a partir da reforma da antiga Unidade Mista de Saúde Zulmira Soares, o Governo de Sergipe investe cerca de R$ 2,5 milhões. Já na clínica estão sendo aplicados R$ 920 mil.

Na ocasião, uma boa notícia foi dada ao prefeito de Poço Redondo e à secretária municipal de Saúde, Clara Angélica Vieira. “Atualmente, repassamos ao município R$ 70 mil por mês, mas quando o hospital e a nova clínica estiverem funcionando aumentaremos esse repasse em mais R$ 100 mil para viabilizar o custeio das duas unidades”, anunciou o secretário de Estado da Saúde.

Descentralização

“É um avanço poder descentralizar os serviços. Com o novo hospital, a população não precisará mais recorrer à unidade de Nossa Senhora da Glória para fazer uma simples sutura”, disse Rogério Carvalho. “Aqui serão disponibilizados a mesma tecnologia e os mesmos medicamentos de qualquer outro hospital ou clínica, reduzindo o tempo-resposta no atendimento, permitindo, por exemplo, que uma vítima de AVC (derrame) receba tratamento imediato e tenha menos chances de ficar com sequelas”, exemplificou.

A importância das duas obras para a população do município também foi reconhecida pelo prefeito de Poço Redondo. “Com um hospital como este, que não prestará apenas serviços básicos, mas também poderá realizar pequenas cirurgias, bem equipado e com mais de 40 leitos, vamos resolver mais de 80% das necessidades de saúde da população local”, justificou Enoque Salvador. Hoje, segundo ele, qualquer parto um pouco mais complicado, mesmo que não seja cesariana, tem que ser encaminhado para a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, na capital.

A possibilidade de não mais necessitar de serviços em outras unidades mais distantes do município deixou animada a professora Cristiane Maria Alves da Silva, 53 anos. “É uma obra grandiosa, que certamente vai melhorar a estrutura da saúde no município e na região, já que as pessoas não vão precisar recorrer a Glória ou à capital para ter acesso a determinados serviços, incluindo pequenas cirurgias”, considerou a educadora, que é natural de Lajedo (PE) e reside há mais de um ano em Poço Redondo.

Organização

Segundo a secretária de Saúde de Poço Redondo, o funcionamento das duas novas unidades também permitirá organizar melhor o atendimento, centralizando os serviços do Programa de Saúde da Família (PSF) na clínica. “A expectativa é que o número de atendimento seja duplicado, passando no hospital para cerca de mil e, na clínica, para algo em torno de 200 por dia”, prevê Clara Angélica Vieira.

Na CSF do município, que terá 771,94m2 de área construída, vão atuar quatro equipes do PSF. Atualmente, o serviço é prestado em dois postos de saúde localizados na sede da cidade. A nova clínica terá o mesmo padrão de ambiência e disporá da mesma tecnologia estabelecida para as demais CSF que a SES está implantando em todo o estado. A estrutura contempla salas de nebulização, recepção, acolhimento, leitos de observação, além de três gabinetes odontológicos.

Geração de renda e emprego

A reestruturação da rede hospitalar no interior e a implantação das CSF também vêm movimentando a economia dos municípios, garantindo renda e emprego a milhares de trabalhadores. É o caso do carpinteiro Valmir Alves de Souza, 42 anos, que semanalmente se desloca cerca de 202 km entre o município de Arauá, na região Sul do Estado, até o canteiro de obras do novo hospital de Poço Redondo.

“Estava desempregado desde abril do ano passado e em novembro recebi a última parcela do seguro-desemprego. Esse trabalho significa muito para mim, pois além de garantir o sustento de minha família, também vou poder resolver muitas pendências”, admitiu o operário, ao reconhecer a importância das obras estruturais que o Governo de Sergipe vem realizando na área Saúde.

Atualmente, na reforma do hospital trabalham 87 operários, mas a obra no início já chegou a empregar até 110 trabalhadores, 90% deles composta de mão-de-obra local. Já na Clínica de Saúde da Família trabalham hoje mais 25 operários.

A geração de emprego não está restrita ao setor da construção civil. Para ampliar o número de equipes do PSF de seis para oito e assegurar o número de profissionais suficientes para suprir as necessidades do novo hospital, a prefeitura abriu concurso público para contratar pessoal de enfermagem e médicos de várias especialidades, como ginecologista, cardiologista, pediatra, urologista e ultrassonografista. As provas acontecem em março.

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