quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Prefeito relança Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue

A continuidade dos mutirões de limpeza, das visitas domiciliares e de um conjunto de ações preventivas que ajudaram a debelar a epidemia de dengue num tempo recorde de dois meses trouxe importantes resultados. De agosto a outubro de 2008 foram computados números abaixo da média histórica dos últimos três anos em Aracaju: 48 casos notificados e apenas sete confirmados. As estatísticas foram divulgadas pelo prefeito Edvaldo Nogueira em coletiva na manhã desta quinta-feira, durante o relançamento do Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue no auditório do Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos.
Apesar de ter sido lançado no último dia 26 de setembro pelo secretário Municipal de Saúde, Marcos Ramos, a divulgação do plano não teve a repercussão necessária para envolver a sociedade civil em função do período eleitoral. Pensando nisso, novamente a Prefeitura de Aracaju buscou o apoio da imprensa para conscientizar a população sobre a importância da mobilização com o poder público para evitar um novo surto epidêmico em 2009. "Estamos fazendo nossa parte para que não tenhamos uma epidemia, mas o município e os entes federativos não dão conta sozinhos do problema. É preciso que a sociedade se envolva", lembrou o prefeito.
As novas medidas em vigor até fevereiro do ano que vem são: ampliação das visitas domiciliares com a contratação de 200 novos agentes de endemias por meio de concurso público; mobilização dos agentes comunitários de saúde para a realização das ações de controle da dengue todos os dias da semana; capacitação de médicos e enfermeiros; utilização de adesivo de alerta nas portas das residências fechadas; ações educativas específicas nas escolas e nos bairros; campanha de mídia veiculada até meados desse mês e apresentação do grupo ‘A Arte de Prevenir' da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) na rede escolar municipal, estadual e particular.
O trabalho desenvolvido na área de combate a endemias e os resultados alcançados até o momento têm sido tão bem avaliados em nível nacional que o Ministério da Saúde começa a implantar dois projetos-piloto em Aracaju e mais 13 cidades brasileiras: o uso de armadilhas para mosquito adulto e a realização de teste rápido para detecção precoce do vírus circulante. Edvaldo Nogueira aproveitou a coletiva para assinar um decreto municipal criando a Comissão Executiva Intersecretarias Municipais para Ações de Prevenção e Controle da Dengue e um grupo técnico na SMS para acompanhar mais de perto as atividades em curso.
"A Secretaria de Saúde vem realizando ações contínuas e preparando a cidade para o período chuvoso, quando ocorre a maior incidência da doença. Conquistamos resultados importantes nesses últimos meses, tanto que houve um decréscimo do número de casos registrados em relação a períodos anteriores. Pelos dados epidemiológicos abaixo dos níveis no mesmo período de 2007 e apesar dessa pandemia que toma conta do país todos os anos, acreditamos que estaremos livres de novos surtos em 2009 e numa situação bem melhor do que outras regiões brasileiras", informou o secretário Marcos Ramos.
Paralelamente às atividades em andamento, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) ampliou de duas para cinco as equipes de limpeza de terrenos e aumentou de cinco para 20 o número de fiscais nas ruas. "É por isso que nossa cidade tem sido referência nacional no controle da dengue. A decisão do prefeito em intensificar a força-tarefa e envolver todas as secretarias nesse processo explica a redução acentuada dos casos da doença. Mas é preciso mais do que isso para vencer essa batalha. A população precisa se incorporar e colaborar com o trabalho do poder público", argumentou o presidente da Emsurb, Silvio Santos.

O município continua em estado de alerta permanente e mantém os procedimentos utilizados na fase de pico da epidemia, entre abril e maio desse ano. De junho até o mês de outubro foram capacitados 432 profissionais da saúde e 300 professores das redes pública e privada; visitadas 260 mil residências; realizadas 64 mutirões de força-tarefa e aplicações de fumacê costal; e coletados 9.350 pneus em diversos bairros São sete vertentes de ação: vigilância epidemiológica; combate ao vetor; assistência ao paciente; integração com a atenção básica; saneamento ambiental; educação em saúde, mobilização social; comunicação; e capacitação de recursos humanos.
Atendimento
A Prefeitura de Aracaju mantém ainda toda a estrutura de atendimento diferenciado ao paciente com suspeita de dengue. Estão preparadas para entrar em funcionamento logo após o período chuvoso - quando aumentam as infestações domiciliares do mosquito Aedes aegypti - as salas de hidratação nas 43 Unidades de Saúde da Família (USF) e nos dois hospitais de urgência da Zona Norte e da Zona Sul, assim como a entrega de resultados dos exames no mesmo dia por meio da Unidade de Resposta Rápida, um projeto pioneiro criado pela SMS para agilizar o diagnóstico da doença, priorizar os casos confirmados e qualificar o acolhimento.
Agentes
Outra medida importante foi a efetivação na administração pública municipal de 509 agentes de saúde e endemias, que trabalhavam em média há dez anos de forma precarizada. Os processos dos demais 337 agentes comunitários que ainda continuam prestando serviços terceirizados ao município continuam na Comissão Paritária de Avaliação. À medida que as documentações forem sendo analisadas e aprovadas, serão tomadas todas as providências para a incorporação do restante ao serviço público, com a posterior nomeação e posse. No momento, um segundo lote com cerca de 90 processos já foi analisado pela comissão e está em fase de admissão.
Ao final da coletiva, Edvaldo Nogueira alertou a imprensa sobre a necessidade de fazer uma cobertura responsável das doenças endêmicas que venham atingir a cidade. "Essa semana um jornal local disse que dois pacientes haviam morrido em decorrência de dengue hemorrágica num hospital particular da capital. Logo depois ficou comprovado que um tinha 85 anos e sofria de insuficiência renal crônica e o outro trabalhava na Prefeitura de Japaratuba. Verificamos que nos bairros onde esses pacientes moravam não havia nenhum foco de infestação. Portanto, é preciso muito cuidado para evitar a politização da doença e um clima de pânico desnecessário", comentou.

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