terça-feira, 14 de julho de 2009

DIPLOMA - FENAJ manifesta preocupação com propostas de diretrizes curriculares de Jornalismo

Na semana passada, a FENAJ encaminhou ao presidente da Comissão de Especialistas do Ministério da Educação que revisa as diretrizes curriculares de Jornalismo, professor José Marques de Melo, novas contribuições para o debate. A entidade expressou suas preocupações com propostas antecipadas pela imprensa e com o conteúdo da versão que recebeu do relatório que está em fase final de elaboração. As considerações centraram-se na possibilidade de retorno do estágio obrigatório, da formação do novo profissional em relação às mudanças tecnológicas e quanto à criação de mestrado profissionalizante.
Em documento encaminhado a Marques de Melo, a FENAJ destaca a relevância do trabalho da Comissão para uma maior qualificação da formação acadêmica em Jornalismo. Para a entidade, a relevância e a necessidade da revisão das diretrizes curriculares são ainda maiores principalmente após a decisão do Supremo Tribunal Federal extinguindo com a obrigatoriedade de diploma em curso superior de Jornalismo como requisito para o exercício da profissão.
Nesta perspectiva, a Federação considera que o retorno do estágio obrigatório será pernicioso num momento de desvalorização do jornalismo, repercutindo “não apenas na organização da profissão, mas também, e muito, no ensino, na formação”. A preocupação é de que, ao contrário de servir como uma ferramenta pedagógica da formação universitária do jornalista, sua reimplantação acabará prejudicando a qualidade da formação acadêmica, em função do grande número de estudantes que serão obrigados a conseguir locais de estágios.
As principais sugestões da FENAJ para o estágio são não torná-lo obrigatório, oferecendo-o como optativo, estabelecer que só ocorra a partir do 5º semestre do curso, que não ultrapasse 200 horas e que seja supervisionado por docentes dos cursos e jornalistas dos locais de trabalho onde é realizado. A entidade aponta, ainda, a necessidade de que o estágio não substitua a obrigatoriedade das escolas de montarem laboratórios e projetos de extensão, que devem constituir uma das opções de estágio, e que a legislação e as recomendações das entidades profissionais do Jornalismo sejam observadas.
Já quanto à formação do futuro profissional em relação às novas tecnologias, a FENAJ contesta a utilização do termo “Jornalista Multimídia”. Sustenta que tal expressão vem sendo equivocadamente utilizada para caracterizar o “jornalista multitarefa”, procedimento que também tem desqualificado o Jornalismo, pois muitas empresas contratam apenas um profissional para executar múltiplas tarefas.
Quanto ao mestrado profissional, a FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas não têm objeção, “desde que seja para atualização e aperfeiçoamento de jornalistas já diplomados ou para profissionais de outras áreas que desejem atuar no jornalismo voltado a suas especialidades, como colaboradores”. A reivindicação é de que o mestrado profissional seja apenas uma recomendação da proposta da Comissão, já que a revisão das diretrizes curriculares é voltada à graduação específica em Jornalismo.

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