terça-feira, 14 de julho de 2009

MORADORES DE RUA - Projeto Acolher devolve cidadania a moradores de rua

Para os teóricos da Grécia Antiga, cidadania é o conjunto dos direitos e deveres de quem vive numa sociedade; para a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), essa é uma prioridade. Diariamente a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (Semasc), através do Programa ‘Acolher: das ruas à cidadania', realiza ações junto a pessoas em situação de risco social, proporcionando dignidade e oportunidade de uma vida melhor.

O programa tem como principal objetivo promover a reinserção familiar e social, e convencer os moradores de rua a trocar as calçadas por camas, e as esmolas pelo trabalho e o afeto da família. A coordenadora da Central Permanente de Acolhimento, Carla Vanessa Dória, afirma que a idéia é construir a igualdade. "A proposta do projeto é garantir a cidadania, direitos e deveres do cidadão que vive nas ruas", explica.

Todos os dias equipes de educadores sociais vão a diversos pontos da cidade para fazer os primeiros contatos com os moradores, em um trabalho de sensibilização para que possam efetuar a saída gradativa daquele ambiente. Depois disso, essas pessoas são levadas ao Centro Permanente de Acolhimento, onde recebem apoio e acompanhamento psicossocial, enquanto é feito o contato com suas famílias.

"Depois que retiramos o indivíduo da rua, vamos investigando com ele até descobrir algum vínculo familiar. Entramos em contato com a família e então fazemos todo o acompanhamento até que a família possa levá-lo de volta para o lar", explica a coordenadora, ressaltando que caso não haja parentes ou precise de cuidados médicos, o cidadão é encaminhado para outros serviços de atendimento do município.

Estrutura

Para garantir um cotidiano aconchegante e o conforto dos acolhidos, a PMA disponibiliza uma estrutura que lembra aos moradores como é estar num lar de verdade. A Central de Acolhimento tem capacidade para abrigar temporariamente até 20 pessoas, que dividem as tarefas básicas como arrumação dos quartos e cuidados com as plantas.

A equipe capacitada para o acompanhamento dessas pessoas conta com nove funcionários municipais e 25 profissionais contratados através de convênio com a ONG Sociedade Eunice Weaver, responsável por repassar o investimento municipal para garantir esse serviço de qualidade. Um desses profissionais é a psicóloga Josefa Laurentina da Silva, que realiza diversas atividades de integração com os ex-moradores de rua.

"Durante o tempo que passam aqui eu converso bastante com eles, sobre a história deles e sobre família. Nós fazemos dinâmicas de grupo e várias atividades para proporcionar um ambiente favorável durante a passagem deles por aqui", afirma. "É um trabalho rico, mas às vezes não tem o devido reconhecimento porque não é algo que se vê de um dia para o outro. É um trabalho lento, mas quando a gente consegue inserir a pessoa de volta na sociedade é muito gratificante", comemora a psicóloga.

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