terça-feira, 14 de julho de 2009

IPESAÚDE - Oficiais do Ipesaúde tiram sistema do ar e impedem marcação de consultas

Mais de 100 mil segurados do Ipesaúde estão se sentindo prejudicados pela falta de atendimento médico/odontológico, em decorrência dos protestos dos médicos e usuários do instituto, que paralisaram as atividades na última segunda-feira (13).

Em assembléia realizada na noite desta segunda, os médicos e dentistas decidiram por unanimidade continuar com a greve por tempo indeterminada. Os servidores, médicos e oficiais administrativos, reclamam calote no pagamento de gratificações e reivindicam a implantação do Plano de Cargos e Salários.

Os oficiais administrativos do Ipesaude, como forma de retaliação, bloqueiam diariamente o atendimento na sede do Instituto e nos CEACs, tirando o sistema do ar, impedido asssim a marcação de consultas e autorização de exames. Isso segundo declarações de um dos servidores, vem ocorrendo desde março do ano passado. Todos os dias, a cada turno, por cerca de 3 horas, as senhas de atendimento são suspensas inviabilizando a assistência ao usuário.

A greve branca dos oficiais é motivado pela falta de pagamento, por parte do governo do Estado, da gratificação de R$ 300, conforme decreto assinado pelo governador Marcelo Déda (PT), desde abril de 2008. Por estarem em estágio probatório, os oficiais administrativos, na maioria com nível superior, trabalham no atendimento para marcação de consultas e autorização de exames, e dizem que estão amordaçados pelo governo, que não podem protestar, e nem fazer uma paralisação geral no atendimento, sob pena de serem dispensados por justa causa. Alem disso, eles reclamam por não ter direito a representante da categoria na mesa de negociações.

O decreto do governador é um engodo, um calote aos oficiais administrativos. Há um ano, nenhum oficial administrativo recebeu nem um centavo deste benefício. O governo fez um decreto para pagar R$ 300 ao oficial administrativo e nunca pagou nada, zero. O oficial está escravo do estágio probatório, não tem direito de reclamar sob pena de perda do emprego, denuncia a funcionária M. A. R. F, de 28 anos.

O secretário da administração, Jorge Alberto, decidiu pagar somente 2/3 dos que o decreto determina e exclusivamente aos médicos. O decreto falava em R$ 1.200, e o governo só paga R$ 800. A informação que se tem é de que o presidente do Ipesaúde, o médico Vínicius Barbosa, e o secretário Jorge Alberto decidiram pagar somente aos apadrinhados do PT, aos cargos comissionados segundo declarações feitas por um servidor daquele órgão. “Nós, oficiais, nunca recebemos a gratificação dada pelo governador Déda, ainda somos obrigados ao trabalho escravo, com corte de pontos, sem direito a hora extra, dando plantão aos sábados e o governo faz banco de horas, obrigando a compensar o trabalho com uma folga no meio da semana. Em cerca de um ano e meio de trabalho, nunca conseguimos receber em nenhum mês sequer um salário mínimo integral. Todos os contracheques registram de R$ 320 a R$ 350, no máximo. E o governo faz demagogia, propagando melhoria no atendimento e eficiência nos CEACs”, desabafa um servidor, que pediu para não ser identificado com medo de retaliações.
Fonte: FaxAju

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